Tomilho

De origem mediterrânea, o tomilho, que já foi usado como incenso nos templos da Grécia Antiga, é ingrediente básico da cozinha européia.
Fértil e com cheiro de tomilho no ar, Páros - terceira maior ilha cicládica, na Grécia -, representa bem o trecho de uma das obras do dramaturgo William Shakespeare. “Sei o lugar onde há belo canteiro que o ar embalsama de agradável cheiro do tomilho selvagem, da sincera violeta e da graciosa primavera...”.
Pelas casas brancas, ruas estreitas, igrejas, moinhos e praias deslumbrantes, as Cíclades são as ilhas mais visitadas da Grécia e Páros, mesmo com os vários balneários, mantém o charme antigo através de suas vilas, vinhedos e olivais.

Seu nome remonta à Grécia Antiga e deriva do grego thymus que, traduzindo, significa coragem. Com esse propósito, a erva era utilizada para estimular o vigor e a lucidez de seus guerreiros. Por aumentar os sentidos, os soldados romanos banhavam-se em água com tomilho.
Mais tarde os alemães o utilizaram como desinfetante, nas trincheiras de batalha, durante a Primeira Guerra Mundial.
Usado como incenso nos templos da Grécia Antiga, o tomilho constituía um símbolo de graça e elegância e, desde os tempos remotos, suas propriedades anti-sépticas eram conhecidas.
Os egípcios utilizavam o tomilho como ingrediente das substâncias para embalsamar múmias. Ainda no Egito, as essências aromáticas já serviam como uma espécie de desodorante feito a base de mirra, incenso, alecrim e tomilho.
Na Roma Antiga a erva era usada como símbolo de valor e na Idade Média, damas européias ofereciam ramos de tomilho bordados aos seus cavaleiros andantes.
Da família das labiadas, o tomilho (Thymus vulgaris) tem como parente o orégano, a manjerona, a hortelã, o poejo, a segurelha, o alecrim, a alfavaca e o manjericão e possui mais de uma centena de variedades das quais apenas três são mais usadas na culinária. A erva não é muito exigente quanto ao terreno.
Quase não necessita de água, mas precisa de muita luz solar e calor para crescer e florescer. O tomilho é um arbusto que pode atingir até 50 centímetros de altura e suas pequenas folhas e flores nascem nas cores branca, rosa e lilás.
A primavera é a época mais recomendada para o plantio do tomilho.
Toque de Mestre
Raros são os pratos que não se beneficiam com o sabor amargo e apimentado do tomilho. Suas folhas e brotos frescos ou secos e pulverizados estão presentes nos famosos Fines Herbes e Herbes de Provence (temperos franceses com várias ervas) e parte essencial do clássico Bouquet Garni (ramalhete formado por quatro ervas: tomilho, louro, orégano e salsa).
Talvez por isso o tomilho se torna a planta aromática mais popular da cozinha européia.
Frescas, secas ou em pó, o tomilho é uma das poucas ervas aromáticas que ficam ótimas em qualquer situação. Cai bem em pratos de longa cozedura e estufados.
Dá um sabor a mais em receitas que acompanham legumes e verduras, tomates e arroz cozido ou de forno, ensopados, guisados, sopas, frangos, peixes e ovos.
Tomilho na saúde
Rico em vitamina C, na medicina natural usa-se toda a planta do tomilho atuando principalmente nos aparelhos respiratório e digestivo. Além de facilitar a digestão, o chá da erva é indicado no tratamento de gripes e resfriados e no combate a cólicas e gases atuando como anti-séptico. Também ajuda na digestão e alivia a dor de cabeça.
Na Europa, vários preparados à base de tomilho, são comercializados como calmante para a tosse, aditivos para banhos e emulsões.
O banho com as folhas cozidas é aconselhado à crianças raquíticas, debilitadas, com reumatismo e também para pessoas nervosas. Alguns cientistas consideram a união do tomilho com outras ervas, um remédio mais eficaz do que antibióticos.
Erva das Mulheres
Thymus serpyllum é o nome científico do tomilho “adocicado”. Este, cresce nos campos secos, relvosos e, ao mesmo tempo, úmidos, principalmente nas montanhas, ascendendo até o limite das neves.
É espontâneo tanto ao norte como ao sul dos Alpes. Seu aroma confere ao perfume típico dos campos alpinos quando se difunde no ar.
As abelhas encontram uma abundante dádiva nas pequenas flores rosadas da planta, oriundas do aparelho foliar reduzido (pequenas folhas lineares ovais).
Como planta medicinal, recebia o nome popular de “erva das mulheres” ou “erva de Nossa Senhora”. No paganismo, a planta foi dedicada à deusa Freia e mais tarde, na época cristã, à Maria.
Esta planta tinha por costume facilitar as regras menstruais conferindo ainda a castidade. Fora isso, suas indicações são semelhantes às do tomilho comum (Thymus vulgaris).
Do planeta Vênus e dos elementos ar e água, contam as lendas que esta planta possui poderes mágicos para serem usadas no amor.
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